Mato Grosso
O Mato Grosso é uma das 27 unidades federativas do Brasil.
Está localizado na região Centro-Oeste.
Tem a porção norte de seu território ocupada pela Amazônia
Legal, sendo o sul do estado pertencente ao Centro-Sul
do Brasil. Tem como limites: Amazonas, Pará (N); Tocantins, Goiás (L); Mato Grosso do Sul (S); Rondônia e Bolívia (O).
Ocupa uma área de 903 357 km², sendo três vezes maior que a Itália.
Sua capital é Cuiabá.
As cidades mais importantes do Mato Grosso são Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Barra do Garças, Sinop, Tangará da Serra, Cáceres, Pontes e Lacerda, Juína, Primavera do Leste,Campo Verde, Alta Floresta, Sorriso e Barra do Bugres. Extensas planícies e amplos
planaltos dominam a área, a maior parte (74%) se encontra abaixo dos seiscentos
metros de altitude.Juruena, Teles Pires, Xingu, Araguaia, Paraguai, Rio Guaporé,Piqueri, São Lourenço, das Mortes e Cuiabá são os
rios principais.
História
Pelo Tratado de Tordesilhas (de 7 de junho de 1494), o território do
atual estado do Mato Grosso pertencia à Espanha. Os
jesuítas, a serviço dos espanhóis, criaram os primeiros núcleos, de onde foram
expulsos pelos bandeirantes paulistas
em 1680. Em 1718, a descoberta do ouro acelerou o povoamento. Em 1748, para
garantir a nova fronteira, Portugal criou a capitania de Mato Grosso e, lá,
construiu um eficiente sistema de defesa.
Durante as bandeiras, uma
expedição chegou ao Rio Coxipó em busca
dos índios coxiponés e logo descobriram ouro nas margens do rio, alterando,
assim, o objetivo da expedição. Em 1719, foi fundado o Arraial da Forquilha, às
margens do rio Coxiponés, formando o primeiro grupo de população organizado na
região (atual cidade de Cuiabá).
A região de Mato Grosso era subordinada a Rodrigo César de Menezes. Para
intensificar a fiscalização da exploração do ouro e a renda ida para Portugal,
o governador da capitania muda-se para o arraial e logo o elevou a nível de
"vila", chamando-o de "Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá"'.
Com os tratados de Madri (1750) e de Santo Ildefonso (1777), Espanha e Portugal estabeleceram as novas fronteiras. A produção
de ouro começou a cair no início do século XIX. Em 1892, durante a derrubada do
governo de Manuel Murtinho, houve, por parte dos revoltosos, uma intenção de
separação de Mato Grosso da República dos Estados Unidos do Brasil, criando-se,
para tanto, o Estado Livre da República Transatlântica - o que não encontrou
apoio.
Em 1917, a situação se agravou, provocando intervenção federal.
Com a chegada dos seringueiros, pecuaristas e exploradores de erva-mate na
primeira metade do século XIX, o estado retomou o desenvolvimento.
Em 1977, a parte sul do estado foi legalmente desmembrada,
formando, assim, um novo estado, o Mato Grosso do Sul - o que na prática só se daria em 1979.
Primeiros tempos
O primeiro a desbravar a área que viria a constituir o estado do Mato Grosso foi o português Aleixo Garcia (há quem lhe atribua, sem provas decisivas, a
nacionalidade espanhola),
náufrago da esquadra de Juan Díaz de Solís.
Em 1525, ele atravessou a mesopotâmia formada
pelos rios Paraná e Paraguai e, à
frente de uma expedição que chegou a contar com 2 000 homens, avançou até a Bolívia. De volta, com grande quantidade de prata e
cobre, Garcia foi morto por índios paiaguás. Sebastião Caboto também penetrou na região em 1526 e subiu o
Paraguai até alcançar o domínio dos guaranis,
com os quais travou relações de amizade e de quem recebeu, como presente, peças
de metais preciosos.
Os fantásticos relatos sobre imensas riquezas do interior do continente sul-americano acenderam as ambições de portugueses e espanhóis. Os primeiros, a partir de São Paulo, lançaram-se em audaciosas incursões, nas
quais prepararam índios e alargaram as fronteiras do Brasil.
As bandeiras paulistas chocaram-se com tropas espanholas do cabildo de Assunção e com
resistência das missões jesuíticas.
Desde 1632, os bandeirantes conheciam, de passagem e de lutas, a
região onde os jesuítas haviam localizado as suas reduções de índios e que os
espanhóis percorriam como terra sua. Antônio Pires de Campos chegou criança, em
1672, com a bandeira paterna, às depois famosas minas dos Martírios. Já adulto,
retomou o caminho da serra misteriosa e navegou, de contracorrente, os rios Paraguai e São Lourenço,
embicando Cuiabá acima, até o atual Porto de São Gonçalo
Velho, onde se chocou com os índios coxiponés.
Corrida do ouro
A notícia de índios pouco ariscos e descuidados logo se espalhou.
Em 1718, um bandeirante de Sorocaba, Pascoal Moreira Cabral Leme,
descendente de índios, subiu o Rio Coxipó até
atingir a aldeia destruída dos coxiponés, onde deu início à rancharia de uma
base de operações. Às margens do Coxipó e do Cuiabá, Cabral Leme descobriu abundante jazida de
ouro. A caça ao índio cedeu vez, então, às atividades mineradoras. Em 8 de abril de 1719, foi lavrado o termo de fundação do arraial de Cuiabá,
e aclamou-se Pascoal guarda-mor regente "para poder guardar todos os
ribeiros de ouro, socavar, examinar, fazer composições com os mineiros e botar
bandeiras, tanto aurinas, como ao inimigo bárbaro".
A notícia da descoberta de ouro não
tardou em transpor os sertões, dando motivo a uma corrida sem precedentes para
o oeste.
A viagem até Cuiabá,
distante mais de quinhentas léguas dolitoral atlântico, exigia
de quatro a seis meses, e era arriscada e difícil em consequência do
desconforto, das febres e dos ataques indígenas.
Rodrigo César de Meneses, capitão-general da capitania de São Paulo,
chegou a Cuiabá no fim de 1726 e ali permaneceu cerca de um ano e meio. A
localidade recebeu o título de Vila Real
do Senhor Bom Jesus do Cuiabá. Constituiu-se a câmara e nomeou-se um
corpo de funcionários encarregados de dar cumprimento ao rigoroso regulamento
fiscal da coroa. Em 1729, foi criado o lugar de ouvidor.
Defesa da terra
As extorsões do fisco, a hostilidade dos índios e as
doenças levaram os mineiros à busca de paragens mais compensadoras, Rio Cuiabá e Rio Paraguai acima,
rumo à Serra dos Parecis. Disseminados os povoadores pelos arraiais, a
grande linha normativa da política do reino era manter e ampliar as fronteiras
com terras de Espanha.
As lavras de ouro intensificaram o povoamento do Mato Grosso e
impuseram a estruturação de um poder local para melhorar a fiscalização dos
tributos e a vigilância dos limites com as terras espanholas. Em 9 de maio de
1748, um alvará de dom João V criou a Capitania de Cuiabá,
com privilégios e isenções para aqueles que lá quisessem fixar-se, com o
objetivo de fortalecer a colônia do Mato Grosso e, assim, conter os vizinhos,
além de servir de barreira a todo o interior do Brasil.
Problemas de fronteiras
O Tratado de Madri, de 1750, reconheceu as conquistas
bandeirantes na região do Mato Grosso, para dirimir questões de limites entre Portugal e Espanha.
Outro tratado, de 1761, modificou o anterior, ao proibir construções
fortificadas na faixa de fronteira.
Os espanhóis exigiram a evacuação de Santa Rosa, ocupada e fortificada por Rolim de Moura, que resolveu enfrentá-los. Travou-se
luta, sem vantagem decisiva para nenhuma das partes. Afinal, os castelhanos se
retiraram em 1766, já sob o governo do sucessor de Rolim, seu sobrinho João
Pedro da Câmara. Expulsos os jesuítas das missões espanholas, em 1767, a
situação tornou-se mais tranquila para Portugal.
Luís de
Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, que governou de 1772 a 1789,
tomou, porém, a iniciativa de reforçar o esquema defensivo. Construiu, à margem
do Rio Guaporé, o Forte Real do Príncipe da Beira, no
qual chegaram a trabalhar mais de duzentos obreiros e, no sul, sobre o Rio Paraguai, abaixo do Rio Miranda, o Presídio de Nova Coimbra. Fundou Vila
Maria (mais tarde São Luís de Cáceres, ou simplesmente Cáceres), Casalvasco, Salinas e Corixa Grande. Criticou severamente o novo
tratado luso-espanhol de 1777 (Tratado de Santo Ildefonso)
no tocante ao Mato Grosso, por achar que encerrava concessões prejudiciais a Portugal.
Usou no levantamento cartográfico e na delimitação de fronteiras os serviços de
dois astrônomos e matemáticos brasileiros recém-formados
em Coimbra, Francisco José de Lacerda e
Almeida e Antônio
Pires da Silva Pontes, e dos geógrafos capitães Ricardo Francisco de Almeida
Serra e Joaquim José Ferreira.
Caetano Pinto de Miranda
Montenegro, o futuro Marquês de Vila Real de Praia Grande, chegou a Cuiabá em 1796 para assumir o cargo de capitão-general, com recomendação da metrópole para
elaborar um plano de defesa que protegesse a capitania contra qualquer
tentativa de invasão. A guerra com os espanhóis foi deflagrada em 1801, quando
Lázaro de Ribera, à frente de oitocentos homens, atacou oForte de Coimbra, defendido bravamente por Ricardo Franco, com apenas cem homens, que
conseguiram repelir o invasor. A paz, todavia, só foi firmada em Badajoz, em 6 de
maio de 1802. A capitania, com meio século de vida autônoma, consolidou sua estabilidade
territorial e neutralizou de imediato o perigo de novas invasões.
No fim do período colonial, registrou-se certo declínio da
capitania. Cuiabá e Vila Bela haviam
sido elevadas à categoria de cidade.
Em 20 de agosto de 1821, Magessi foi deposto pela "tropa, clero, nobreza e
povo", como "ambicioso em extremo, concussionário insaciável,
hipócrita". Formou-se, em Cuiabá,
uma junta governativa que jurou lealdade ao príncipe dom Pedro e outra, dissidente, em Vila Bela da Santíssima
Trindade, com o que se estabeleceu a dualidade de poder.
Em abril de 1878, em função do Tratado de Ayacucho,
foram enviadas, para Corumbá, as "Plantas Geográficas dos Rios
Guaporé e Mamoré", sendo que a cartografia para delimitar os limites
fronteiriços dos rios Guaporé e Mamoré foi levantada e apresentada pela Segunda
Seção Brasileira, sediada na mesma cidade, tendo sido todas chanceladas pelos
delegados brasileiros e bolivianos. Continuando, a descrição diz "Destas
cabeceiras continuam os limites pelo leito do mesmo rio até sua confluência com
o Guaporé, e depois pelo leito deste e do Mamoré até sua confluência com o
Beni, onde principia o Rio Madeira". Em 1878 e 1879, houve troca de notas
da chancelaria boliviana com a embaixada do Brasil em La Paz, acusando
o recebimento e aprovando a "Carta Geral", conforme ajustado na
Sétima Conferência da Comissão Mista.
Independência do Brasil
A notícia da independência do Brasil , que ocorreu em 7 de setembro de 1822,
só chegou na província de Mato
Grosso em 22 de janeiro de 1823.
A demora deve-se ao fato de que o difícil acesso ao Mato Grosso àquela época,
sobretudo no período de chuvas, dificultou a chegada imediata da notícia da
independência. Logo depois, um governo provisório único substituiu as duas
juntas e foi instalado emCuiabá, o que transformou Vila Bela da Santíssima
Trindade em
"capital destronada".
As lutas entre as tendências conservadora e liberal refletiram-se
na província durante o primeiro reinado e a regência. Foi montada, em Cuiabá,
a tipografia na qual seria impresso o primeiro jornal da província, a
"Tifis Matogrossense", cujo primeiro número circulou em 14 de agosto
de 1839. A situação econômico-financeira da província se agravou, com um deficit orçamentário crescente.
Guerra do Paraguai
Os governos se sucederam sem acontecimentos de maior relevo até a Guerra do Paraguai.
Uma guarda defensiva montada em 1850 no Morro do Pão de Açúcar pelo governador João José da Costa Pimentel irritou o governo paraguaio. Pimentel então
recuou ante gestões diplomáticas realizadas em Assunção. Foi substituído pelo capitão-de-fragata Augusto João Manuel
Leverger, barão de Melgaço, cujo primeiro governo durou de 1851 a
1857.
Leverger recebeu ordem de concentrar toda a força militar da
província no baixo Paraguai, para esperar os navios que deveriam subir o
rio com ou sem licença de Francisco Solano López.
Mudou-se, então, para o Forte de Coimbra, onde permaneceu cerca de dois anos.
O coronel Frederico Carneiro de
Campos, nomeado presidente provincial em 1864, subia o rio Paraguai para
assumir o posto quando seu navio — o Marquês de Olinda — foi atacado e
aprisionado por umabelonave paraguaia. Logo que o Paraguai rompeu as
hostilidades, revelou-se a fraqueza do sistema defensivo brasileiro no Mato
Grosso, prevista por Leverger. Caiu logo Coimbra, após dois dias de resistência. Em seguida,
foi a vez de Corumbá e da
colônia de Dourados.
A guerra seguiu seu curso, marcada por episódios como a retirada de Laguna, a
retomada e subsequente abandono de Corumbá. Dessa cidade, as tropas brasileiras
trouxeram para Cuiabá uma epidemia de varíola que teve
efeitos devastadores. Para o povo, 1867 seria o "ano das bexigas",
mais que da retomada de Corumbá.
Os últimos anos do império registraram um lento desenvolvimento da
província, governada de outubro de 1884 a novembro de 1885 pelo general Floriano Peixoto. Em 9 de agosto de 1889, assumiu a
presidência o coronel Ernesto Augusto da Cunha
Matos, sob cujo governo se realizou a eleição de que saíram
vitoriosos os liberais — triunfo celebrado em Cuiabá com um pomposo baile em 7
de dezembro, pouco antes de chegar à cidade a notícia da queda da monarquia.
República
As aspirações republicanas e federalistas no Mato
Grosso tinham tido expressão confusa em várias revoltas, mas no remanso do
segundo reinado as agitações se aplacaram. As campanhas pela aboliçãoe pela
república tiveram ali repercussão modesta. Ao iniciar-se o período republicano,
o Mato Grosso tinha uma população calculada em oitenta mil habitantes. A
província ficava segregada: sem estradas
de ferro, eram necessários cerca de trinta dias de viagem, passando
por três países estrangeiros, para atingi-la, a partir do Rio de Janeiro, por via fluvial.
Em 7 de maio de 1892, Generoso Ponce, a frente de 4 000 homens, iniciou o
cerco às forças adversárias na capital e dominou-as em menos de uma semana. Em
22 de junho, caiu Corumbá. Vitorioso o Partido Republicano, Manuel Murtinho retornou ao poder.
Surgiu mais tarde, entretanto, uma desavença entre os dois
líderes, Ponce e Murtinho. O rompimento consumou-se em dezembro de 1898, com
uma declaração pública de Manuel Murtinho, apoiado por seu irmão Joaquim Murtinho, ministro da Fazenda do presidente Campos Sales. Seus partidários conquistaram o poder,
num ambiente de grande violência. Mais tarde, contudo, Ponce e Murtinho
reconciliaram-se e formaram novo agrupamento político. A vitória dessa corrente
política se deu com o movimento armado de 1906, que culminou na morte do
presidente Antônio (Totó) Pais de
Barros. Seguiu-se um período de interinidade na presidência.
Generoso Ponce foi afinal eleito em 1907.
A economia do estado melhorou com a abertura de vias férreas a partir do leste (Jupiá, Três Lagoas e Água Clara) e do oeste (Porto Esperança,Miranda e Aquidauana), para se encontrarem em Campo Grande. A ligação ferroviária com São Paulo foi fator
de progresso para o Mato Grosso, por intensificar o comércio e valorizar as
terras da região.
Questão do Mate
Com o novo presidente, Joaquim Augusto da Costa Marques, que
assumiu em 1911, avultaram as pressões da companhia Mate Laranjeira no sentido
de renovar o arrendamento dos seus extensos ervais no sul do estado. A
pretensão suscitou nova divergência entre Murtinho e Ponce: o primeiro defendia
a prorrogação do contrato até 1930, com opção para a compra de 1 000 000 a 2
000 000 de hectares, enquanto Ponce queria a divisão da área em lotes de 450
hectares, que seriam oferecidos a arrendamento em hasta pública.
Morto Ponce, a empresa ganhou novo trunfo com o apoio do senador
situacionista Antônio Azeredo. Mas o antigo presidente do estado, Pedro Celestino Correia da
Costa, tomou posição contrária. Os deputados estaduais hostis à
prorrogação do contrato fizeram obstrução e impediram que ela fosse aprovada.
Finalmente, a Mate Laranjeira foi frustrada em suas pretensões, com a aprovação
da Lei Número 725, de 24 de agosto de 1915.
O general Caetano Manuel de Faria Albuquerque assumiu o governo em
15 de agosto de 1915. Seus próprios correligionários conservadores tentaram
forçá-lo à renúncia, e ele, tendo a seu lado Pedro Celestino, aceitou o apoio da oposição, num
movimento que se chamou "caetanada". Contra seu governo organizou-se
a rebelião armada, com ajuda da Mate Laranjeira e seus aliados políticos. Na
assembleia, foi proposto e aprovado o impedimento do general Caetano de
Albuquerque. Consultado, o Supremo Tribunal Federal não tomou posição definitiva, e o presidente Venceslau Brás acabou por decretar a intervenção no estado
em 10 de janeiro de 1917. Em outubro, no Rio de Janeiro,
os chefes dos dois partidos locais concluíram acordo, mediante o qual indicava
o bispo dom Francisco de Aquino Correia para presidente, em caráter
suprapartidário. O prelado assumiu em 22 de janeiro de 1918 e fez uma
administração conciliadora, assinalada por uma série de iniciativas.
Depois de 1930
Até a Revolução de 1930,
a administração estadual lutou com graves problemas financeiros. No período
pós-revolucionário, sucederam-se os interventores. Em 1932, o general Bertoldo Klinger, comandante militar do Mato Grosso,
deu apoio armado à Revolução
Constitucionalista de 1932. Em 7 de outubro de 1935, a Assembleia Constituinte elegeu governador Mário Correia da Costa.
Incidentes ocorridos em dezembro de 1936, quando foram feridos a bala os
senadores Vespasiano Martins e João Vilas Boas, deram causa à renúncia do
governador e a nova intervenção federal.
Separação
A velha ideia da separação da porção sul do estado só veio a
triunfar em 1977, por meio de uma lei complementar que desmembrou 357 471,5km2
do estado para criar o Mato Grosso do Sul.
A iniciativa foi do governo federal, que alegava, em primeiro lugar, a
impossibilidade de um único governo estadual administrar área tão grande e, em
segundo, as nítidas diferenças naturais entre o norte e o sul do estado. A lei
entrou em vigor em 1º de janeiro de 1979. A partir de então, todas as projeções
pessimistas de que o então norte, com a capital Cuiabá, iria se estagnar, não
se concretizaram, pelo contrário, surgindo então um processo de pleno
crescimento do estado, aliado com a criação e desenvolvimento de municípios comoAlta Floresta, Sinop, Tangará da Serra, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, etc, que hoje estão entre os maiores
contribuintes do PIB de Mato Grosso.
As políticas econômicas de apoio preferencial à exportação e à
ocupação e desenvolvimento da Amazônia e do Centro-Oeste,
implantadas a partir da década de 1970, levaram a novo surtos de progresso no
Mato Grosso. A construção de Brasíliacontribuiu
para acabar com a antiga estagnação. Uma vez inaugurada a nova capital, o Mato
Grosso continuou a atrair mão de obra agrícola de outros estados, pois oferecia
as melhores áreas de colonização do país. Graves problemas persistiram, porém,
na década de 1980. O sistema de transporte, embora tenha
ganho a rodovia Cuiabá-Porto Velho em
setembro de 1984,
ainda não bastava para escoar a produção estadual; as instalações de
armazenamento deixavam a desejar; a disponibilidade de energia elétrica (120
000 kW em 1983)
era insuficiente; eram precários o saneamento e os serviços
de saúde e educação.
Também o problema ecológico apresentava-se gravíssimo: inúmeras espécies
dessa região já haviam sido extintas e outras estavam em processo de extinção,
como os jacarés,
caçados à razão de dezenas de milhares por mês. Para coibir esses abusos, o governo federal lançou a operação Pantanal e criou o Parque
Nacional do Pantanal Matogrossense. Quantidade de aguá
existente : 145 000 litros
Geografia
O Mato Grosso ocupa uma área de
903 357 km² do território brasileiro e localiza-se a oeste do Meridiano de Greenwich e a sul da Linha do Equador, tendo fuso horário -4 horas
em relação a hora mundial GMT.
No Brasil, o estado faz parte da região Centro-Oeste, fazendo fronteiras com os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Amazonas, Rondônia,Tocantins,
além de um país, aBolívia. A
capital (Cuiabá) está localizada a 15º35'55.36" lat. e
56º05'47.25" long., sendo conhecida, por isso mesmo, como coração da América do Sul.
Relevo
Com altitudes modestas, o relevo apresenta
grandes superfícies aplainadas,
talhadas em rochas sedimentares.
Abrange três regiões distintas:
§ na porção centro-norte do estado,
a dos chapadões sedimentares
e planaltos cristalinos (com altitudes entre quatrocentos e oitocentos
metros), que integram o Planalto Central Brasileiro;
§ a do planalto
arenito-basáltico, localizada no sul,
simples parcela do planalto meridional;
§ parte do Pantanal
Mato-Grossense, baixada da
porção centro-ocidental.
Ao sul do Planalto Brasileiro, situa-se o divisor de
águas entre as bacias dos rios Paraguai e Amazonas, constituído em parte pela Chapada dos
Parecis. A maior parte da área é drenada pelos rios da Bacia amazônica.
A planície aluvial do médio Araguaia situa-se
na região limítrofe entre Mato Grosso e Goiás.
Tem natureza semelhante à da planície do Pantanal:
ampla, está sujeita a inundações anuais e
deposição periódica de aluviões. Pouco depois dela, para oeste, ficam os contrafortes da serra do Roncador.
Clima
O estado apresenta sensível variedade de climas. Prevalece o tropical super-úmido de monção, com elevada temperatura média
anual, superior a 24º C e alta pluviosidade (2 000
milímetros anuais); e o tropical, com chuvas de verão e inverno seco, caracterizado por médias de 23°C no planalto.
A pluviosidade é alta também nesse clima: excede a média anual de 1 500 milímetros. Já
em lugares elevados, como a Chapada dos Guimarães,
o clima é subtropical e a média
anual não passa dos dezessete graus centígrados, podendo chegar bruscamente a
zero grau centígrado.
Vegetação
O estado do Mato Grosso é revestido por uma vegetação em que
predominam as florestas,
como prosseguimento da mata amazônica.
Na área do Pantanal Mato-Grossense que permaneceu nos limites do estado ocorre
um revestimento vegetal composto de cerrados e campos.
A zona de florestas compreende 47% da área do estado, os cerrados 39% e os campos 14%.
Hidrografia
A drenagem da região se faz por
meio de dois sistemas, os dos rios Amazonas e Paraguai. Ao primeiro, pertencem o Juruena e o Teles Pires(formadores do Tapajós), além do Xingu e do Araguaia, este na fronteira com Goiás.
O principal afluente do Rio Paraguai no estado
é o Rio Cuiabá.
Ecologia
São as seguintes unidades de conservação a nível federal
localizadas em Mato Grosso:
§ Parque Nacional do Juruena
§ Parque Nacional dos Campos
Amazônicos
Demografia
A população do Mato Grosso é de 3
033 911 habitantes, segundo a estimativa populacional de 2010, com dados
coletados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística.[2] Mato
Grosso é o décimo-nono Estado mais
populoso do Brasil e concentra 1,47% da população brasileira.
Do total da população do estado em 2010, 1 485 097 habitantes são mulheres e 1
548 894 habitantes são homens. Possui uma densidade demográfica de 2,6
habitantes por quilômetro quadrado.
Pelas características encontradas no estado, o predomínio é de
pessoas adultas e com um índice de declínio para jovens e aumento de idosos.
Pela média do estado há um predomínio de homens devido a emigração dos outros
estados para o Mato Grosso, contudo, na grande
Cuiabá há
predomínio de mulheres, semelhante à média brasileira. Mato Grosso ocupa o nono
lugar entre os maiores índices de desenvolvimento
humano das
unidades federativas do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário